terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um recomeço?

Sensação estranha ao entrar nesse blog e ver tanto sentimento. Não que eu tenha mudado e hoje sinta menos. Mas é que antes eu não confiava em ninguém. Tinha medo de que a verdade me fizesse uma pessoa sem qualidades, e esse medo me rendia algum conteúdo escrito. Creio que sair do armário tenha me feito sair para a vida, para o mundo, e amadurecer o homem que sou. Lembro de uma sessão há tempos com minha psicologa. Ela sabia desse blog e eu disse em algum momento que eu só conseguia escrever quando eu estava triste, deprimido. Então ela me pediu para que tentasse escrever algo quando eu estivesse alegre. Lembro que ela leu e me incentivou a continuar escrevendo. Fiz um esforço imenso na época para escrever algo que eu achasse realmente bom. Acho que quando eu estava triste e escrevia o que sentia, não precisava da aprovação de ninguém, não era para ser bom. Era para ser ruim mesmo, por que era ruim! Hoje me sinto muito melhor. E a prova disso é o abandono desse blog. Eu realmente gostaria de compartilhar palavras de alegria. Mas já tem muitos livros de auto-ajuda por aí, aliás, acredito que não sou a pessoa mais apropriada para escrever sobre auto-ajuda, por que eu mesmo demorei séculos para me ajudar. Na verdade eu ainda preciso me ajudar. E quem não precisa? Esse blog não foi criado para ser lido por um público. Mas ele é e está aqui para isso. Acho que ele é apenas uma forma de documentar como eu era frágil e como eu sou sentimental. O por que de mais essas palavras na verdade é que elas se divertem tanto quanto eu quando saem da minha mente. Então... foda-se!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Buscas


Escuto pessoas tentando entender a natureza. Buscando entender o que é o nada. Tentando explicar o porquê estamos vivendo, e morrendo. Nossas buscas não serão eternas. E aí o vazio existencial do homem será ainda maior. E então as pessoas continuarão inventando estórias de um lugar lindo onde as pessoas vivem em paz, tudo para aliviar o peso do existir. Nada de interrogações. Vamos apenas viver esse mágico universo de cores e formas primorosas. Essa natureza que vive nos dando demonstrações de como a vida é tão mais bela quando a gente sabe admirar, sentir, sorrir. Olhe para o horizonte e caminhe sem olhar para trás. Nada foi e nada será em vão. Vamos seguindo e sofrendo com os nossos desejos em busca das ilusões que nos cercam. Nada será mais verdadeiro que as mentiras que a gente ouve. Tenha fé e aceite seu destino. Ou tenha fé e jogue tudo no lixo que você acredita. A vida só começa quando a consciência do existir se torna presente. Abra o seu presente. Pare de se orgulhar do que você possui e comece a se orgulhar do que você não tem. O sentimento de posse só nos torna menos humanos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

desaprendendo.

nuvens de felicidade me invadem.
e se desfazem como se fazem.
uma fissura no mundo.
uma ideia incabível.
uma guerra sem fim,
entre o bem e o bem.
entre o mal e o mal.
todos tem razão,
mas ninguém nunca está certo.
esqueçam!
eu sou o dono da verdade,
não vê?
eu tenho certeza.
acredito que tu acreditas.
desapareço.
e por apreço,
desacredito.
deixe os outros como estão.
eles nunca se sentiram.
e nunca sentirão um ser,
humano.
ensino-te o transgredir.
os devaneios à luz do dia.
ensino-te o sentir,
que tu poderia se proporcionar.
o transmitir.
o conhecer.
o aprender.
o perceber.
o viver.
o amor.
o amar.


Rodrigo Souza

sábado, 15 de maio de 2010

pegue a estrada.

Eu estou fugindo dos nossos defeitos.
Aumentando toda desprezível distância.
E se meu coração parar?
Se você nunca mais me encontrar?
Toda ferida sangra.
Toda dor consome.
Todo amor corrói.
Toda despedida dói.
Estou de joelhos cravado no tempo.
Fingindo que amanhã vai logo chegar.
E se chegar... talvez eu precise mudar.
Eu preciso ser melhor, ou preciso ser pior.
Qualquer troca, justa ou injusta, por mais uma noite.
Nós podemos estar bem amanhã.
Mas nós precisamos de algumas doses.
Me sirva o seu melhor veneno.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

cego.

tenho pressa pra chegar.
pressa pra sair.
eu não sei para onde ir,
mas estou indo para onde,
o sol se esconde.
onde as pessoas não me notam,
e estão felizes com seus amores.
estou esperando a próxima ordem.
não posso fazer o que quero,
por que eu posso quebrar algo.
e quando eu crescer,
não vou poder fazer...
por que não posso errar.
estamos limitados.
vivemos limitados.
foda-se esse moralismo,
e todo esse cinismo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

vitrines.

beldades com discursos decorados. tanto brilho e pó compacto para disfarçar as grandes angústias de um ser comum. onde você vai parar querendo ser alguém que é menor do que você? para quê sonhar as dores e anseios dos outros? nós temos pelo que lutamos... e eu temo pelos que nunca choram. estou perdendo tempo. perdendo pessoas e oportunidades. não preciso de quase nada, por que você pode ser quase tudo para mim.

vazio.

encontrar a escuridão,
e sentir toda sua dor.
vem morar comigo.
eu sou seu amigo.
tenha premonições...
me mostre o fim.
ande em circulos.
corra mais rápido.
se jogue da janela,
tentando fugir dela.
tudo precisa acabar,
para então começar.
converse comigo,
continue mentindo.
me iluda enquanto,
eu abro a porta e...
finja que você se importa.